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Atraso de pagamentos e dívidas do IPE atingem hospitais de Ijuí e região

24 de março de 2022

Uma preocupação ronda a área da saúde dos servidores públicos estaduais do Rio Grande do Sul e até alguns municipais: a possibilidade de hospitais romperem contrato com o IPE Saúde, o que reduziria, em muito, os atendimentos. Os funcionários ligados ao Estado são dependentes do IPE, além de servidores de prefeituras, cujos municípios têm convênio com a entidade.

A Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e a Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul entregaram documento para o governo gaúcho com a mencionada perspectiva. A suspensão dos serviços poderá acontecer a partir de meados do próximo mês.

A ameaça de rompimento da parceria com o Instituto de Previdência do Estado ocorre em razão do atraso, por parte do próprio IPE, do pagamento aos hospitais pelos serviços prestados, inclusive ambulatoriais. A dívida é de 1 bilhão e 100 milhões de reais. 40 hospitais assinaram nota conjunta com as duas entidades mencionadas da saúde, com a perspectiva de não atender mais pelo IPE. Dentre eles estão o hospital de Santiago, Hospital Vida e Saúde de Santa Rosa e o hospital Santa Lúcia de Cruz Alta.

Hoje pela manhã durante entrevista na Progresso, a vice-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e Religiosos do Rio Grande do Sul, Vanderli de Barros, disse que historicamente há atraso nos pagamentos por parte do IPE e defasagem nos valores da tabela pelos serviços. Comentou que uma das preocupações é que a situação fique insustentável para os hospitais.

Vanderli de Barros, que também é diretora geral do hospital Vida e Saúde, de Santa Rosa, ressaltou que se soma aos problemas uma nova tabela de preços do IPE para remunerar os prestadores de serviço pelos medicamentos usados em atendimentos e internações. Isso deve passar a valer a partir de 5 de abril. Seriam reduzidas as remunerações paga aos prestadores de serviço pelo uso de 437 medicamentos.

Valderli de Barros ainda observou que nos próximos dias deve ocorrer reunião com o novo presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene. Nas últimas horas, a entidade acenou com a tendência de corrigir os pagamentos por taxas e diárias.

Hospitais de Ijuí e região também contabilizam recursos atrasados para receber do IPE. O Hospital Bom Pastor de Ijuí, por exemplo, aguarda pelo pagamento de 2 milhões e 500 mil reais, referente a internações clínicas, cirurgias, consultas e exames, desde setembro do ano passado.

No caso do Hospital de Caridade de Ijuí a cifra é bem mais alta, ou seja, em torno de 17 milhões de reais que precisa receber do IPE, visto recursos atrasados. Porém, o HCI ressalta que a divulgação desses números faz parte das ações da diretoria, que prioriza a transparência total nas informações, e não configura cobrança pública do hospital ao IPE.

Da mesma forma, o Hospital Unimed Noroeste, em Ijuí, acumula dinheiro em atraso para ganhar do Instituto de Previdência do Estado. A cooperativa médica, porém, prefere não revelar números, mas destaca que o hospital mantém normalidade no atendimento aos beneficiários do IPE, mesmo diante do atraso no pagamento de faturas desde o último trimestre de 2021. A situação é avaliada com frequência pela diretoria da Unimed Noroeste/RS e a expectativa é que os repasses sejam regularizados a curto prazo, segundo o diretor-superintendente, Leandro Zambon. Os atrasos se intensificaram a partir do final do ano passado e há dinheiro ainda pendente da fatura de outubro de 2021.

Fonte: Radio Progresso de Ijuí