A Rádio Progresso buscou, na manhã de hoje, opiniões de autoridades da segurança pública sobre o decreto de flexibilização da posse de arma de fogo, assinado, ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro. Muitos ouvintes manifestaram suas opiniões, contrárias, ou favoráveis ao tema.
O comandante do POE – Pelotão de Operações Especiais – da Brigada Militar, capitão Gilmar Bischoff salientou que na sua visão o decreto não alterará as ferramentas dispostas, hoje, pela segurança pública no país. Para ele. algumas pessoas estão confundindo posse, com porte de armas. O cidadão não poderá andar armado em via pública com este decreto.
O capitão acredita que este termo não aumentará os índices de homicídio, mesmo se tratando de violência doméstica. Gilmar Bischoff salientou que o Brasil não está preparado para armar a população. O que as pessoas que buscarão uma posse de arma precisam saber, segundo o comandante, é que não se pode sair atirando em todo mundo. O possuidor da arma precisa ter consciência que a utilização da arma poderá ter desdobramentos no âmbito judicial.
O delegado regional de Polícia Ricardo Miron também discorreu sobre o tema da posse de armas. Para ele, a pessoa que seguir os requisitos propostos pela lei tem o direito de ter em sua posse, uma arma de fogo. O delegado disse que se a pessoa está sendo vítima de ameaças, ou alguma outra situação que lhe ocorra risco de vida, é um direito dela se defender. Para ele, o estado não pode interferir nessa decisão que é pessoal. A orientação da polícia, conforme Miron, é de que a pessoa não reaja a nenhum tipo de abordagem de marginais, porém argumenta que, se a pessoa tiver confiante e preparada poderá reagir com segurança.
Miron detalhou ainda que os cursos e exames são fundamentais para que o cidadão tenha a posse de arma com responsabilidade. Por ser um assunto muito polêmico e que divide opiniões, Ricardo Miron acredita que este debate deve ser pessoal e que o cidadão deve reconhecer a necessidade de ter a posse de arma ou não dentro de sua casa.
Repercussão:
Em Brasília organizações políticas buscam a derrubada deste decreto. PT e Psol ingressaram no STF para que seja revista essa possibilidade. A explicação dessas bancadas é que o número de homicídios e morte de inocentes poderá aumentar drasticamente no País.