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Diretor do Hospital de Canoas fala à RPI sobre resgate heroico e cenas de destruição após enchente invadir o local

23 de maio de 2024

Referência em atendimento pelo SUS para mais de 102 cidades gaúchas, com mais de quatro mil atendimentos mensais, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HCPC) ainda não tem data definida para reabrir, após as águas das enchentes invadirem a casa de saúde localizada no bairro Mathias Velho.

A Rádio Progresso conversou na manhã desta quinta-feira (23) com o diretor técnico do hospital, Dr. Álvaro Fernandes, que relatou o cenário de caos enfrentado pelos pacientes e profissionais de saúde há mais de três semanas, desde o início da enchente.

A cena relatada pelo dr. Álvaro, quando a água invadiu o local, no dia 4 de maio, é de tristeza e pavor. Naquela ocasião, dezenas de pacientes precisaram, às pressas, ser resgatados e encaminhados para outras unidades de saúde. Entre eles, 80 pessoas que estavam hospitalizados na UTI.

O cenário enfrentado na hora da evacuação também assusta: foi necessário auxílio de barcos e um helicóptero. No entanto, os profissionais não mediram esforços para garantir que todos saíssem em segurança: “todos que nos auxiliaram foram verdadeiros heróis, colocaram em prática o espírito de salvamento que a gente tanto preza aqui na casa de saúde” afirma Dr. Álvaro, que acrescenta: “Nosso hospital foi totalmente submerso, o estrago é total. Toda estrutura física, aparelhos médicos, equipamentos, mobiliários. Exceto a estrutura predial, o resto vai precisar ser reconstruído” lamenta.

Segundo ele, apenas na última terça-feira, 17 dias após as inundações, é que foi possível entrar na casa de saúde, quando a água estava a 30 cm do chão. As marcas na parede comprovam que a água chegou a altura de 2 metros.

Hoje, quase 20 dias após o início das enchentes, o cenário ainda preocupa: muita lama, água contaminada no entorno, acesso praticamente impossível. Diante disso, segundo o dr. Álvaro, fica difícil até mesmo projetar um retorno. Ele pediu apoio de empresários, órgãos públicos, gestores municipais e estaduais, para que ajudem o hospital a se reconstruir.

Ouça abaixo a entrevista completa:

Fonte: RPI