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Homem é denunciado por enviar mensagens com teor racista a si mesmo e a colega em Santa Maria

7 de maio de 2019

Um homem de 44 anos foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por injúria racial, ameaça, denunciação caluniosa e falsidade ideológica após a descoberta de que ele havia enviado, para si mesmo, mensagens de celular com conteúdo racista.

Textos semelhantes também foram encaminhados a uma colega dele do curso de direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A denúncia foi protocolada nesta terça-feira (7) na Justiça Federal.

Conforme a procuradora Camila Bortolotti, a situação veio à tona após o homem procurar a Polícia Federal no fim de 2017, em meio a uma investigação sobre pichações no diretório acadêmico de direito, feitas no mesmo ano. Ele relatou que estava sofrendo ameaças.

Foi realizada a quebra de sigilo telefônico, e o cruzamento de dados apontou a fraude. De acordo com a procuradora, “a prova é inequívoca.”

“Se chegou à conclusão que ele tinha usado seu próprio celular, colocando outro chip, habilitando uma terceira pessoa, a qual ele imputou o crime de injúria e ameaça. Mas ele próprio enviou as mensagens a si mesmo e a uma colega, que realmente é a vítima dessa situação”, destaca.

No chip, ele cadastrou os dados de outro homem, também colega do curso de direito.

Conforme consta na denúncia, entre as mensagens enviadas estavam frases como “tu se acha branca tu nunca vai ser branca”, “fora negra”, “toda esta negrada vamos tirar vocês todos da nossa universidade vamos acabar com vocês.”

A colega ameaçada também foi ouvida pela Polícia Federal. “(…) relatou que estava sendo ameaçada e injuriada através de ligações e mensagens telefônicas. A ofendida, informou que, após conversar com seu colega (…) ficou sabendo que ele também tinha recebido ligações e mensagens ameaçadoras enviadas da mesma linha telefônica”, diz um trecho da denúncia.

Conforme a procuradora, o denunciado ainda não apresentou um representante para sua defesa. Ele já prestou depoimento à PF após a descoberta da fraude. “Deu uma justificativa que costuma emprestar o telefone a várias pessoas, mas não lembra para quem, nem por quanto tempo emprestou”, acrescenta a procuradora.

Pichações

Esse caso começou a ser investigado quando frases como “o lugar de vocês é no tronco” e “fora negros” foram encontradas em paredes do diretório acadêmico do curso de direito. A Polícia Federal instaurou inquérito e a universidade abriu um procedimento administrativo.

Para concluir o inquérito, a PF ainda aguarda o laudo da perícia grafotécnica, que compara as letras dos textos encontrados com a de pessoas da universidade. A procuradora diz que fez a denúncia do outro caso em separado, já que poderia prescrever.

Fonte: G1
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