A apreensão de agrotóxicos contrabandeados nos últimos dias chamou atenção nas regiões de Ijuí e Celeiro. Uma das ocorrências foi registrada na ERS 522, no município de Jóia, onde a Polícia Rodoviária Federal abordou um caminhão, após tentativa de parar o veículo na BR 285. Foram localizados quase 2.500 litros de veneno de origem chinesa. O motorista do caminhão, natural de Santiago, disse que carregou a carga em Crissiumal e levaria até São Vicente do Sul.
Já na manhã da última sexta-feira, 18, a PRF prendeu um homem, de 30 anos, de Cândido Godói, com uma camioneta carregada de agrotóxicos proibidos no Brasil. A abordagem ocorreu na BR 158, em Cruz Alta. No total, houve localização de 1.000 litros.
Apreensões de agrotóxicos contrabandeados também ocorreram em Horizontina, Crissiumal, Bom Progresso, dentre outros municípios. Em Três Passos, por exemplo, a Brigada Militar flagrou 200 galões de 20 litros de defensivos agrícolas de origem argentina num caminhão numa estrada do interior. Em seis apreensões de agrotóxicos na região de Três Passos, houve prejuízo de aproximadamente 50 mil reais ao contrabando.
O crime de contrabando pode resultar em pena de prisão de 2 a 5 anos. O chefe do setor de Divisão de Agrotóxicos da secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Rafael Lima, ressalta que a elevação dos preços dos defensivos no Brasil e a falta desses produtos durante a pandemia Covid são alguns dos principais motivos do acréscimo de contrabando na região de Ijuí.
O Engenheiro Agrônomo, que também é fiscal estadual agropecuário, observa que por ser de fora do país, esses agrotóxicos não passam por controle de fiscalização no Brasil, o que pode significar produto adulterado, com efeitos negativos na saúde humana e no solo ou meio ambiente. Muitas vezes nem é possível saber o ingrediente ativo dos defensivos. Numa das apreensões recentes havia o Paraquat, agrotóxico que é proibido no Rio Grande do Sul. Ontem, Rafael Lima ampliou esses temas no programa Progresso Rural da RPI.
Ele também alertou que se o agricultor apenas tiver defensivos contrabandeados em estoque nas propriedades, já se configura crime, mesmo que não tenha utilizado. Além disso, abordou o trabalho de fiscalização que é feito com núcleos de inteligências, juntamente com polícias, área ambiental e Receita federal, o que aumenta a chance de flagrar defensivos agrícolas irregulares. Hoje, a partir das 22 horas, o Progresso Rural vai ser reprisado no Companhia da Noite da RPI. Confira o Progresso Rural de ontem: