Por videoconferência, um dos sócios e um representante técnico da Fugini, com sede no interior de São Paulo, depuseram nesta terça-feira (23) para agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão, na Região Metropolitana. De acordo com a delegada Jeiselaure de Souza, que investiga o caso, os depoentes alegaram que não havia falhas na produção.
Além disso, informaram que, se houve algum tipo de problema, conforme laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) ao apontar presença de fungo e ovos de parasitas em três amostras coletadas pelos policiais em dezembro do ano passado, as irregularidades teriam ocorrido no transporte ou no armazenamento das mercadorias por parte dos consumidores.
Em suma, a delegada diz que os dois depoimentos tiveram a mesma linha: não houve falha no processo produtivo. Ela ainda ressalta que irá acionar mais uma pessoa, uma segunda sócia da Fugini, com o objetivo de obter mais informações. Segundo Jeiselaure, a intimação será encaminhada nos próximos dias e, por enquanto, ela preferiu não detalhar os questionamentos que ainda precisa de resposta.
Fato é que, para a polícia, essa será a última etapa do inquérito. A delegada pretende esclarecer todos os detalhes para decidir ou não por indiciamento, bem como, se houver indícios de crime, os tipos penais a serem enquadrados. O inquérito foi instaurado em dezembro do ano passado.
Jeiselaure ainda destaca uma análise do Laboratório Central do Estado (Lacen) que detectou a presença de fungos em outras amostras – que eram embalagens fechadas enviadas pela Vigilância Sanitária – e recolhidas em estabelecimentos comerciais. Mesmo assim, a posição do IGP era necessária para a polícia em relação à três amostras de embalagens abertas.
A delegada diz que, com o resultado pericial, pode intimar os responsáveis pela empresa que produz o molho. A polícia registrou um total de seis ocorrências, desde dezembro de 2022, sobre o caso. Além de Viamão, também houve casos de substâncias estranhas encontradas em embalagens de molho de tomate da marca em Porto Alegre, São Leopoldo, Sapiranga e Dois Irmãos.
A Fugini foi procurada nesta terça-feira, logo após o término dos depoimentos, por GZH. Em nota, a empresa reforçou que “não há qualquer falha no processo produtivo e se colocou à disposição das autoridades para providenciar quaisquer documentos que possam auxiliar no esclarecimento do ocorrido”. Leia na íntegra:
“Fugini Alimentos, empresa referência no setor, com 27 anos de atuação no mercado, confirma que seus representantes legais prestaram esclarecimentos à 1ª Delegacia de Polícia de Viamão (RS), no âmbito de inquérito instaurado para averiguar a qualidade de alguns produtos da marca. A empresa respondeu a todos os questionamentos realizados demonstrando que não há qualquer falha no processo produtivo e se colocou à disposição das autoridades para providenciar quaisquer documentos que possam auxiliar no esclarecimento do ocorrido.
Vale lembrar que, como preconiza a legislação brasileira e as boas práticas de fabricação, a empresa realiza análises microbiológica e físico-química de todos os lotes de produção de todos os produtos da empresa e os submete a rígidos controles de qualidade. Dessa forma, a Fugini está muito segura na qualidade de seus produtos e confiante que os fatos serão esclarecidos, comprovando a sua idoneidade.
Seguiremos trabalhando de forma contínua para manter a sociedade informada sobre os pilares fundamentais que sustentam o compromisso da marca com seus milhões de consumidores.
Equipe Fugini – Monte Alto (SP), 23 de maio de 2023“
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