Sincodiv enaltece programa mas considera insuficiente recursos de incentivo para aquisição de veículos

Já está em vigência o programa temporário do governo federal de redução de preço dos automóveis e incentivo à renovação da frota de caminhões e ônibus com mais de 20 anos de uso, nos dois casos, com descontos direto ao consumidor. São destinados 1 bilhão e 500 milhões de reais.

O programa vai acabar quando os recursos disponíveis se esgotarem. No caso dos carros, o desconto vai de 2 mil a 8 mil reais e para veículos com preço de até 120 mil reais. Nos caminhões e ônibus, o desconto fica de 33 mil e 600 reais a 99 mil e 400.

Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o presidente do Sincodiv do Rio Grande do Sul – Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos – Paulo Siqueira, enalteceu a medida da União, porém ponderou que a tendência é que o recurso disponibilizado para compra de carros zero quilômetro, total de 500 milhões de reais, se esgote logo. Por isso, o Sincodiv considera insuficientes os descontos. 

O presidente frisou que desde a última terça-feira, quando começou a vigorar o programa, as concessionárias e demais empresas de veículos registram aumento considerável de pessoas interessadas em adquirir automóveis com os descontos, que em média ficam em 5 mil reais. Siqueira acredita que o projeto do governo federal vai resultar na venda de aproximadamente 100 mil automóveis novos no Brasil.

O sindicato acredita que o volume e o prazo sejam insuficientes para provocar a recuperação da indústria, do comércio, e menos ainda, para ofertar à classe média a possibilidade de compra de automóveis e comerciais leves.

Referente a caminhões e ônibus novos, para participar do programa, a pessoa ou empresa interessada vai ter que entregar para a sucata um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos de uso. Nesse caso, Paulo Siqueira destacou na Progresso que o desconto é pequeno se comparar com o preço de veículos novos, em função das adequações de motorização e emissões de poluentes, o que praticamente inviabiliza essa troca. Outro ponto limitador é a decisão de antecipar parte da reoneração dos preços do óleo diesel.