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Plano Safra 2022/2023 é lançado muito aquém do esperado pela Fetag-RS

30 de junho de 2022

Foi anunciado na tarde de ontem, 29, o Plano Safra 2022/2023. No total, serão R$341 bilhões destinados ao setor produtivo, sendo que R$53,6 bilhões foram reservados para a agricultura e a pecuária familiar através do Pronaf. De acordo com o Governo Federal, o valor do Plano Safra 2022/2023 destinado ao Pronaf é 36% maior em relação ao ano passado. Porém, já é possível afirmar que novamente haverá problemas com a falta de recursos, assim como ocorreu na safra passada, já que a alta no custo de produção deverá consumir esses valores rapidamente.

No que se refere as taxas de juros, a pressão da Fetag-RS conseguiu fazer com que os juros ficassem abaixo da previsão do Governo Federal, porém, a houve alta, o que trará dificuldades para o setor, principalmente no que se refere aos investimentos. Para o Pronaf as taxas irão variar entre 5% e 6%, e para o Pronamp será de 8%. Apesar da alta em relação ao ano passado, os juros ficaram abaixo da taxa Selic, que atualmente está fixada em 13,25%. Isto se deve em grande parte a luta da Fetag-RS, que conseguiu reduzir a previsão dos juros que era pretendida pelo governo. No entanto, os investimentos ficarão muito mais caros e pesados para os(as) produtores(as) rurais.

A Fetag-RS também ressalta que as alíquotas do Proagro aumentaram significativamente em todas as culturas, tais como soja e milho, além do fato de que não houve até o momento a correção no teto do enquadramento do Pronaf e no valor financiável, medidas esperadas pelo setor devido a alta nos custos de produção, que podem fazer com que produtores sejam desenquadrados do programa.

De acordo com o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, “o Plano Safra 2022/2023 está longe de ser o ideal, principalmente para a agricultura e a pecuária familiar. A elevação nos valores disponibilizados não é suficiente, e teremos problemas nos próximos meses. Infelizmente as taxas de juros aumentaram e a atualização nos valores de enquadramento do Pronaf não veio. Isso era fundamental para evitar que produtores tenham que migrar para o Pronamp pagando taxas ainda mais altas. Nosso setor foi duramente afetado pela estiagem e pela pandemia. Muitas famílias estão endividadas e agora terão que arcar com alta nos juros para financiar suas lavouras”.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí e Fetag