Defesa de Nelson Casarin afirma que o ex-presidente da Expofest possui no máximo 8 imóveis

Dos 119 imóveis apontados no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Expofest 2022 e 2023, apenas oito seriam de propriedade do senhor Nelson Casarin, presidente das edições da feira que são investigadas na CPI. É o que afirmou na manhã desta sexta-feira (14), em entrevista à Rádio Progresso, o advogado José Luiz Blaszak, que representa Nelson Casarin.

“Nós faremos o protocolo, mostrando à CPI e à comunidade de Ijuí, que seu Casarin é possuidor de no máximo oito imóveis e todo o patrimônio do seu Casarin, de 30 anos atrás para cá, foi sempre declarado na declaração de renda”, pontuou o advogado. Segundo ele, as provas serão apresentadas na próxima quarta-feira (19), prazo final da liminar concedida pelo Poder Judiciário de Ijuí para a defesa se manifestar.

“Essas matrículas, deveria ter sido pesquisado o inteiro teor de cada uma delas. Ainda que o nobre relator [vereador Matheus Pompeo] teve acesso a poucos dias do final do prazo da CPI, deveria buscar uma a uma qual é o teor. Se não há possibilidade, o que jamais poderia ter sido feito é colocado isso no relatório, porque atinge a honra do seu Casarin”, salientou Blaszak.

Diante disso, o advogado relatou que foi encaminhada uma interpelação judicial para que o parlamentar realize uma retratação. “Por que seu Casarin é a fonte, é o foco dessa CPI, dando uma explosão midiática de desonra ao seu nome, colocando seu nome à praça pública como se fosse um criminoso? Isso não pode, isso terá que ser reparado na Justiça, tanto é que ele promoveu uma interpelação judicial, criminal, para que o vereador relator se retrate dessa insinuação caluniosa ou leve ao Poder Judiciário, perante o juiz, todas as matrículas, 119, com o teor do que cada uma delas dizem, sob pena de prosseguimento do processo por calúnia e difamação contra o seu nome”, destacou.

Blaszak informou ainda que comentários ofensivos em redes sociais também poderão sofrer consequências judiciais. “Eu só faço um aviso: é que as pessoas que lêem as notícias e entrem nas redes sociais, não coloquem comentários que depois não vão poder suportar. Não acusem sem ver as provas. Não acusem as pessoas maldosamente porque vão responder por isso também judicialmente. Nós não vamos admitir mais esses comentários caluniosos também por parte de pessoas interessadas em ver o circo pegar fogo”, concluiu o advogado.

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Entenda o caso

Na sexta-feira (07), foi entregue e apresentado o relatório da CPI da Expofest, que investiga as edições de 2022 e 2023 da feira. O documento foi produzido pelo relator, vereador Matheus Pompeo.

No domingo (09), um mandado de segurança emitido pelo Poder Judiciário de Ijuí, suspendeu, por até sete dias úteis, os procedimentos da CPI, inclusive a votação do relatório que estava prevista para acontecer na segunda-feira (10). A defesa de Nelson Casarin, presidente da Expofest 2022 e 2023, alegou que ele não teve o direito de ampla defesa durante o andamento da CPI, especialmente para contradizer um dos apontamentos do relatório, que afirma que Casarin possui, ou possuiu, 119 matrículas imobiliárias em seu nome, sendo 44 no Rio Grande do Sul e 75 em Santa Catarina.

Na quarta-feira (19), termina o prazo da liminar para a defesa se manifestar. “Conversei com o presidente [vereador César Busnello], estamos dispostos a juntar essa defesa do dr. Blaszak para o senhor Nelson Casarin, a gente faz os ajustes, faz a retificação do relatório, ajusta os números, os valores, finaliza o relatório e vai à votação”, afirmou o vereador Matheus Pompeo em entrevista à Rádio Progresso nesta quinta-feira (14).

Caso seja aprovado pela maioria, o documento será remetido ao Ministério Público, que decidirá se abre um inquérito. Se o relatório for reprovado, será designado um novo relator, que deverá apresentar um novo documento em 24 horas. Além do presidente e relator, também integram a Comissão os vereadores Chico Ortiz (vice-presidente), Jorge Amaral e Bira Erthal.