Cresce todos os tipos de violência contra a mulher no Brasil. Em Ijuí, rede de apoio presta assistência às vítimas

23 de julho de 2024

O número de mulheres que sofreu algum tipo de violência doméstica foi de 258.941 em 2023, o que representa um aumento de 9,8% em comparação com 2022, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados recentemente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número 190, da Polícia Militar, foi acionado 848.036 vezes para reportar episódios de violência doméstica. No que se refere a ameaças, houve um crescimento de 16,5% no número de casos – 778.921 em números absolutos.

Os casos de feminicidios, definidos pela lei como o assassinato de uma mulher somente por conta de seu gênero, foram de 1.457 em 2023. Um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. De todos os assassinatos registrados, 90% deles foram cometidos por um homem.

A titular da coordenadoria da Mulher de Ijuí, Mônica Barboza, confirmou, em entrevista à Rádio Progresso, que essa triste realidade também está presente em Ijuí: “baseado em todos esses dados eu posso afirmar que sim, a gente encontra tudo isso em Ijuí também, só que numa proporção menor” afirma. No entanto, Mônica lembra da rede de apoio existente no município, que presta assistência às vítimas: “temos um trabalho que faz uma diferença muito grande na comunidade, que envolve todos os órgãos responsáveis por atender a violência doméstica. Dentro dos serviços da rede, nós temos os órgãos de apoio, Ministério Público, Delegacia, Fórum Permanente da Mulher, Conselho da Mulher, fundamentais para que as coisas funcionem” ressalta.

A Presidente do Conselho Municipal da Mulher, Sônia Burtet, trouxe dados sobre o perfil das vítimas de feminicídio em 2023 no Brasil: 63,6% são negras, 71,1% têm idade entre 18 e 44 anos, 64,3% das vítimas foram mortas na própria residência. O relatório traz ainda dados detalhados sobre o perfil de quem matou, ou seja, 63% são parceiros íntimos, 21,2% são ex-parceiros e 8,7% são familiares.
Na mesma entrevista, Sônia divulgou dados alarmantes sobre o índice de estupro: meninas entre 10 e 13 anos compõe a maioria.
No que se refere ao estado do Rio Grande do Sul, cinco municípios estão entre os que apresentam maior índice de estupro: Passo Fundo, Alvorada, Viamão, Uruguaiana e Gravataí.

Mônica Barboza e Sônia Burtet

Ouça abaixo parte da entrevista realizada nesta manhã: