Busca rápidaX

MANCHETES

Advogados viram réus por fraudar dados de professores em processos contra o governo do RS

3 de dezembro de 2019

Três advogados estão sendo investigados após denúncia por uso de documentos falsos no Rio Grande do Sul. Eles agora respondem na Justiça por terem inserido dados de professores e servidores de escolas estaduais em ações reclamatórias, em Porto Alegre, sem o consentimento deles. O Ministério Público apresentou a denúncia no dia 22, porém a mesma só foi divulgada ontem (2). O processo tramita sob sigilo e os nomes dos envolvidos não foram informados.

As ações eram relativas a pagamentos, como gratificação natalina, auxílio-transporte, abono família, implantação do piso nacional do magistério, entre outros, ajuizadas entre 2017 e 2018. Pelo menos 67 pessoas tiveram seus dados utilizados.

A Promotoria Especializada Criminal instaurou procedimento cautelar e cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios dos suspeitos, quando foram apreendidos computadores, celulares e pendrives.

Conforme a promotora da Fazenda Pública da Capital Flávia Raphael Mallmann, foi a Procuradoria-Geral do estado que desconfiou que os dados inseridos nas ações pudessem ser falsos. A promotoria, que acompanha todas as ações contra o poder público, passou então a monitorar os processos.

“Chamei algumas dessas partes [pessoas que integram o processo] para perguntar e elas não tinham dado procuração”, explica. Pessoas da Capital e do interior tiveram os dados fraudados.

A promotoria constatou que a assinatura era idêntica à das retiradas de outras procurações, firmadas pelas vítimas com um escritório, tempos atrás. Os novos documentos eram assinados por uma advogada, que tinha trabalhado no escritório e tinha tido acesso, explica a promotora.

“Com a mesma assinatura tinha dois, três processos diferentes”, avisa. O MP estima que o total de ações ajuizadas pode girar em torno de 200 e 300, podendo ser mais. Todos foram interrompidos quando a fraude foi descoberta. A OAB foi comunicada das fraudes. 

Fonte: G1 RS