O Brasil é um país que sempre apresentou altos índices em taxas e valores que não são de se orgulhar muito, como o analfabetismo adulto, a evasão escolar em diferentes faixas etárias e a porcentagem do país no ensino superior ou com diploma de graduação.
A questão da evasão escolar no Brasil é um problema que não surgiu junto com a pandemia, mas é bem mais antigo do que a pandemia em si.
Contudo, a pandemia e o avanço das restrições sanitárias fez com que esse quadro se intensificasse em todo o país durante este período, sobretudo nas populações mais carentes em termos econômicos.
Este problema já foi abordado em diversas esferas distintas: no campo acadêmico, no debate público e na proposição de soluções efetivas e até em redações sobre a evasão escolar no Brasil em provas de vestibular.
Mas como afirmado anteriormente, este quadro se intensificou em números alarmantes durante a pandemia. Portanto, é essencial que se entendam os fatores por trás deste fenômeno e o impacto que a evasão escolar têm no quadro educacional do país.
O tema da evasão escolar para redação em provas de vestibular, sobretudo no ENEM, se mostrou cada vez mais comum conforme a pandemia avançava, visto que uma das consequências da pandemia de coronavírus foi um aumento nesta taxa.
Com a adoção do ensino remoto na maior parte das escolas, como medida de contenção ao avanço da pandemia, alunos de baixa renda tiveram dificuldades extremas de continuar acompanhando as aulas em formato remoto.
Este fenômeno foi um dos grandes responsáveis pela manutenção no quadro de evasão escolar no Brasil, sobretudo entre adolescentes e crianças no ensino fundamental e no ensino primário.
Conforme reportagem publicada ao final de 2021 pela plataforma G1, a evasão escolar neste nível de ensino, de crianças e adolescentes, teve um aumento de 171% durante a pandemia em comparação com números de antes do avanço da pandemia.
Este número representa cerca de 240 mil crianças com idade de 6 a 14 anos longe das escolas durante o segundo trimestre de 2021.
Este aumento de 171% foi em comparação com o mesmo período analisado durante o ano de 2019, antes da chegada da pandemia de COVID-19 ao Brasil.
Outro parâmetro que sofreu também sofreu impactos nesta área foi o número de alunos matriculados nas escolas ao redor do país. Mais precisamente de 99.0% para 96.2%, considerado o menor valor de alunos matriculados desde o ano de 2012.
De acordo com pesquisadores e especialistas, este aumento foi associado principalmente ao avanço da pandemia, à falta de estruturas para adesão do ensino remoto por grande parte dos alunos e ao fechamento das escolas.
A evasão escolar na região Norte do país
Segundo pesquisadores da FGV, a Fundação Getúlio Vargas, a região que mais sofreu com a evasão escolar foi a região Norte do país, sendo que o estado do Amapá lidera este ranking, com 14.5% das crianças longe das aulas.
Novamente, a principal causa associada a esta evasão é a falta de acesso dos alunos ao ensino remoto. Além disso, os estados nortistas possuem uma população maior de crianças quando comparados com outras regiões do país.
Este dado certamente intensifica, também, o quadro de evasão escolar vivido na região Norte do país
Dos sete estados que compõem a região norte do Brasil, cinco estão colocados nas piores posições de todo o país em questão de presença de crianças nas escolas, sendo eles:
-Roraima
-Rondônia
-Amazônia
-Acre
-Amapá
Adesão de políticas públicas para o combate à evasão escolar
Este quadro crítico de evasão escolar ao redor do país requer a elaboração de medidas e políticas públicas desenvolvidas para combater esta situação.
Recentemente foi aprovada na câmara, de maneira unânime, a PL 129/2021, que visa justamente a elaboração de medidas que serão empregadas no combate da evasão escolar.
No entanto, além de políticas públicas e projetos de lei, existem algumas medidas essenciais no combate à evasão escolar, que irão tocar desde a conscientização até o investimento na estrutura das escolas que mais sofrem com este fenômeno, como:
-Identificar problemas das instituições de ensino
-Melhorar o relacionamento das escolas com famílias
-Avaliação de Projetos Pedagógicos
-Investir na Inovação do Currículo Escolar
-Campanhas de conscientização sobre a Educação
Através do investimento nestas medidas e diversas outras, auxiliado com o desenvolvimento de campanhas de conscientização e políticas públicas, o combate à evasão escolar tende a ser efetivo nos próximos anos, ainda mais após o término da pandemia.