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Número de denúncias de violações contra crianças e adolescentes preocupa rede de proteção, em Ijuí

18 de maio de 2023

O número de denúncias envolvendo violações contra crianças e adolescentes, em Ijuí, preocupa a rede de proteção. Segundo o assistente social Claudio Everaldo dos Santos, apesar de a maioria das denúncias não se confirmarem, os órgãos responsáveis pela fiscalização recebem, diariamente, muitos relatos que apontam possíveis crimes. Ele integra o Centro de Referência em Assistência Social (CREAS), que é um serviço público de proteção a pessoa e atende crianças e adolescentes, pessoas com deficiência e idosos. O conselho tutelar e o ministério público atuam em conjunto, além dos dois abrigos para menores, para os quais são encaminhadas crianças cujos casos demandam destituição do poder familiar. De acordo com o assistente social, as denúncias mais recorrentes em Ijuí se referem ao abuso sexual e assédio e as meninas são as maiores vítimas. 

“Os órgãos de proteção trabalham em conjunto e dialogam, assim primeiro analisamos a denúncia e providenciamos uma resposta. O número de denúncias é preocupante, mas nem todas se confirmam. Muitas coisas partem das escolas, já que os alunos têm os professores como referência e se sentem à vontade para relatar”, disse o assistente social. Ele relata ainda que, apesar das campanhas de conscientização e ações para tentar inibir novos casos, muitas denúncias continuam chegando e se confirmando. “Por isso pedimos que a sociedade não deixe de denunciar”. 

Abandono, negligência, conflitos familiares, convivência com pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas, além de todas as formas de violência (física, sexual e psicológica), configuram violação de direitos infantojuvenis e podem ser denunciados diretamente na rede de proteção do município ou através do Disque 100, que é totalmente gratuito e as denúncias encaminhadas aos municípios. 

O mês de maio marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes. Em 18 de maio de 1973, uma menina de oito anos de idade, chamada Araceli, foi sequestrada, drogada, violentada sexualmente e assassinada, em Vitória (ES). No ano de 1991, os três réus acusados de matar a menina foram absolvidos e o crime permanece impune até hoje. A partir da mobilização de entidades, houve a ideia de criar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes. A data sugerida foi 18 de maio, dia do assassinato de Araceli que, em 2000, com a aprovação da Lei Federal 9.970/2000, tornou-se oficial em todo o território brasileiro.

Surge então a Campanha Faça Bonito – Proteja Nossas Crianças e Adolescentes, que tem como objetivo mostrar à sociedade que isso é compromisso coletivo, cuidar para que a população infanto-juvenil tenha uma vida plena e com a garantia do direito ao desenvolvimento sexual saudável, sem violência. O símbolo da campanha é uma flor de cor laranja. Dentro deste contexto, o mês de maio ficou conhecido como Maio Laranja.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí