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O Grêmio se alterna entre desafiar e confirmar prognósticos na Série A

3 de agosto de 2023

Dos 20 participantes da primeira divisão nacional deste ano, poucos chegaram a essa disputa com otimismo tão grande quanto o do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Entre 17 de janeiro e 13 de abril a equipe realizou 19 partidas, das quais venceu 15 e perdeu apenas uma. Nesse percurso, o tricolor dos pampas conquistou o Campeonato Gaúcho (pela sexta vez seguida) e passou sem maiores problemas pelas duas primeiras fases da Copa do Brasil.

Apesar do ótimo retrospecto dos homens de Renato Portaluppi naqueles meses, era difícil encontrar plataformas de apostas e jogos online, as quais oferecem informações e estatísticas precisas sobre os maiores eventos esportivos, que os pusessem entre os favoritos à conquista da Série A. Essa desconfiança é justificada. Uma das variáveis consideradas por tais sites é a qualidade dos adversários enfrentados por determinada equipe. E, até então, quase todos os triunfos do Grêmio foram contra times bastante inferiores tecnicamente.

Portaluppi estava ciente da pouca credibilidade que ele e seus comandados gozavam perante analistas esportivos e estatísticos, e fez questão de deixar claro que tinha opinião diferente. Em 8 de abril, na coletiva de imprensa após o empate com o Caxias que garantiu o título estadual, o técnico tricolor afirmou o seguinte: “Com respeito, o Grêmio não está devendo para nenhuma equipe, seja Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG. […] Está todo mundo no mesmo nível”.

Reajustando expectativas

Veio, enfim, o tão aguardado Campeonato Brasileiro. Na primeira rodada, vitória por 1 x 0 sobre o Santos; na segunda, derrota por 1 x 0 para o Cruzeiro; na terceira, vitória por 2 x 1 sobre o Cuiabá; na quarta, empate por 3 x 3 com o Bragantino. Mesmo os triunfos foram conquistados com tanta dificuldade que Portaluppi passou a pedir publicamente por reforços: “Se não gastar, vou entender; mas não exijam que o Grêmio seja campeão do Brasileirão ou da Copa do Brasil”.

Àquela altura, a distância (principalmente técnica) em relação aos três principais candidatos ao título já era evidente. Mas, se ainda havia algum torcedor com dúvidas em relação a isso, os confrontos diretos trataram de pôr fim a quaisquer ilusões. Em 10 de maio, os gaúchos foram goleados por 4 x 1 pelo Palmeiras em São Paulo; em 11 de junho, perderam por 3 x 0 para o Flamengo no Rio de Janeiro; e, em 9 de julho, perderam por 2 x 0 para o Botafogo em Porto Alegre.

O que o tricolor ainda almejaMinha camisa do Grêmio

Bem ou mal, o time na maioria das vezes conquistou vitórias ou empates perante adversários de nível inferior ou semelhante ao seu (exceto pela já mencionada derrota para o Cruzeiro). Tão importante quanto isso é que, na Arena do Grêmio, o aproveitamento tem sido bastante satisfatório. Além do empate com o Bragantino houve outro, com o Fortaleza; de resto, até a 16.ª rodada a única derrota em casa foi mesmo aquela para o quase imbatível alvinegro carioca.

Se lembrarmos que em campeonatos de pontos corridos o que faz a diferença é conquistar o máximo de pontos enquanto mandante e evitar tropeços contra adversários que se encontrem na metade de baixo da tabela, a campanha do Grêmio tem sido ótima até aqui. O título dificilmente virá porque o Botafogo apresenta aproveitamento muito acima da média. De qualquer forma, mesmo a vaga na fase de grupos da próxima Copa Libertadores seria algo a ser celebrado pelo tricolor.