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Planta da John Deere em Horizontina poderá paralisar por cinco meses, mas empresa garante “Projeto Brasil”

16 de março de 2024

Pode chegar a cinco meses o período de paralisação da fábrica da John Deere em Horizontina, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Acordo firmado após negociações entre a empresa e o o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Horizontina e Região, com aprovação de 876 dos 991 votantes na assembleia de trabalhadores, definiu que a interrupção das atividades se inicia no próximo dia 25 de março.

Os termos do ajuste estabelecem a suspensão temporária do contrato de trabalho (lay-off) para qualificação profissional. A Empresa pagará aos empregados abrangidos pela medida uma ajuda de custo correspondente à diferença entre o valor da bolsa de qualificação, paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e o salário líquido do contrato.

Também, de acordo com o acordo, ficou assegurado emprego pelo mesmo prazo em que os contratos de trabalho estiverem suspensos. A fábrica conta com mais de 1,7 mil trabalhadores.

Em 2022, a John Deere dispensou cerca de 450 funcionários. Por isso, a paralisação e a interrupção dos contratos repercute no meio rural. Ainda durante a Expodireto, encerrada no dia 8 de março, em Não-Me-Toque, o presidente da Cotrijal, Nei Manica, alertou que a situação poderia se repetir com outras empresas do setor.

Conforme o diretor de Vendas para o Brasil da fabricante americana, Marcelo Lopes, as atividades serão retomadas após a realização de “ajustes e manutenção”. Lopes explicou que as plantas agrícolas do grupo no País, localizadas em Horizontina, Montenegro e Catalão (GO), passam por adequações de produção, para se enquadrar à demanda atual.

Conforme o diretor da John Deere, porém, os ajustes também resultarão em investimento para ampliar a capacidade de produção. E, principalmente, vai atender a uma demanda que a empresa visualiza mais à frente.

Lopes não nega, entretanto, a possibilidade de novas demissões. Mas pondera que há possibilidade de contratações também. “Porque isso vai ter que flutuar de acordo com o mercado. Não tem como descasar uma coisa da outra. Então, a gente faz um ajuste nesse momento, A partir da perspectiva que a gente tem para frente. Essa perspectiva amanhã pode ser diferente. É algo que é muito dinâmico”.

O que não muda é a convicção da empresa no projeto Brasil. Isso porque a curva da produção de grãos é crescente e veloz. ”Isso vem subindo. E aparece muito claramente quando você lembra que o Brasil, há 10 anos, produzia pouco mais de 100 milhões de toneladas de grão. Agora vamos em torno de 300 milhões de toneladas. A nossa visão de longo prazo é extremamente positiva. É muito claro que o Brasil é o mercado onde você precisa estar, que você precisa ter sucesso se quiser ter sucesso no agro mundial. O Brasil é o campo de batalha, é onde se define hoje se a empresa tem sucesso ou não no mundo”.

Por isso, a John Deere tem feito investimentos em capacidade de produção, em desenvolvimento de produto. Em novembro passado, a multinacional americana anunciou a construção do primeiro centro de desenvolvimento de tecnologia no Hemisfério Sul, em Indaiatuba (SP). A obra, ainda em andamento, abrigará um grupo de engenheiros brasileiros, projetando produtos para brasileiros.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí e Jornal do Comércio