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Produtores e poder público da região reivindicam ações da União para melhoria na área do leite

18 de dezembro de 2023

Para tentar melhorar o preço do leite pago ao agricultor do Rio Grande do Sul, ainda conquistar outros avanços, entidades, poder público e os próprios produtores atuam em algumas frentes junto aos governos estadual e federal.

Na última segunda-feira, 11, um grupo esteve em Brasília, com reuniões, por exemplo, no Ministério da Agricultura e Pecuária. Integraram a comitiva o prefeito de Panambi, Daniel Hinnah; vice-prefeita de Santo Cristo, Loreci Finger Riewe; ainda o agricultor de Santo Cristo, Cleiton Giovani Engel, também o secretário de Agricultura de Fortaleza dos Valos, Giancarlo Rubin; e o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – Famurs – que também é prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi.

A vice-prefeita de Santo Cristo ressalta que a crise leiteira bate às portas das prefeituras, pois causa queda de retorno de impostos. Loreci Finger Riewe esclarece que mensalmente 8 milhões de reais deixam de serem recebidos pelos agricultores do município, em razão da diminuição do preço pago ao produtor.

Santo Cristo é o município que mais produz leite no Estado, com 65 milhões e 300 mil litros por ano. Por dia são cerca de 176 mil litros. Loreci ainda alerta para o perigo de que muitos agricultores que abandonam a área leiteira não retornam mais para esse segmento.

Já o produtor Cleiton Giovani Engel observa que nos últimos cinco meses, houve queda de aproximadamente 1 real e 50 centavos no preço do leite repassado ao agricultor. Citou propriedades que produzem 4 mil e 100 litros diários e que recebem 1 real e 30 centavos por litro. Cleiton também é presidente da Comissão de Crise da Produção de Santo Cristo.

No encontro de segunda-feira passada no Ministério da Agricultura, ele comentou que dos 10 principais importadores gaúchos de leite do Mercosul, especialmente do Uruguai e Argentina, existe apenas uma indústria. Os demais são tradings, ou seja, especuladores que intermediam negociações.

Nesse caso, não é possível nem inspecionar o alimento que compram, pois não tem o SIF – Sistema de Inspeção Federal. Aliás, esse foi um dos temas deixados com o governo federal pela comitiva gaúcha, ou seja, a necessidade de fazer valer uma lei do ano de 1950 que determina que só podem importar leite as empresas que possuem a inspeção federal.

Ontem, às 6 horas e 30 minutos, Cleiton Giovani Engel e Loreci Finger Riewe ampliaram assuntos sobre as reuniões em Brasília e a crise leiteira, durante entrevistas no programa Progresso Rural da RPI. Conforme Cleiton Engel, se a realidade seguir como ocorre atualmente, com saída de produtores da produção leiteira e aumento de importações, em pouco tempo o consumidor pagará valor altíssimo pelo litro do leite nos supermercados, a exemplo do que ocorreu recentemente, visto queda de produção por conta das estiagens.

No Progresso Rural de ontem pela manhã, os entrevistados ainda destacaram a falta de poder aquisitivo dos agricultores para comprar as vacas de quem desiste da produção, o que leva ao abate dos animais, ainda redução de vendas e até de empregos, por exemplo, em Santo Cristo, que depende muito da renda leiteira. Hoje, às 22 horas, o Progresso Rural vai ser reprisado no programa Companhia da Noite da RPI.

 Abaixo, confira a entrevista com Loreci Finger Riewe Cleiton Giovani Engel

 

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí