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Com pandemia e estiagem, PIB gaúcho encolhe 7% em 2020

17 de março de 2021

A Secretaria de Planejamento, Gestão e Governança do Governo do Estado divulgou, na tarde desta quarta-feira (17), os resultados do 4º trimestre de 2020 do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul e por consequência o resultado final do ano. Bastante impactado pela estiagem e também pelas restrições em razão da pandemia da covid-19, o PIB gaúcho caiu 7% em 2020. No entanto, o resultado dos últimos 12 meses só não foi mais negativo devido ao crescimento do 2º semestre do ano. Após crescimento de 13% no 3º trimestre em relação ao trimestre anterior, o último trimestre de 2020 manteve o viés positivo, com alta de 2,7%, pouco menor que o desempenho nacional que cresceu 3,2%. No acumulado de 2020, o Brasil caiu 4,1%. A queda mais acentuada no Estado em relação ao país é explicada pela estiagem, que impactou especialmente a agricultura gaúcha.

Em 2020, a Agropecuária gaúcha recuou 29,6%, o pior resultado desde 2012, quando o setor também sofreu com a falta de chuvas. No mesmo período, o Brasil teve crescimento de 2% no setor. A Indústria gaúcha também teve desempenho pior que o país no ano, com queda de 5,8% contra baixa de 3,5%. O destaque é para o setor de eletricidade, que em razão da estiagem teve uma queda 25,8%, em razão da redução na produção de energia. O setor de serviços gaúcho teve praticamente a mesma queda que o Brasil, com redução de 4,8% no RS e queda de 4,5% no país.

Em relação às principais produções do Estado, o destaque positivo é para o arroz, que cresceu 8,3% em 2020, pois não sofre com a falta de chuvas, em razão da irrigação. A soja foi a mais impactada, com queda de 38,9% no ano passado, seguida pelo milho (-26,7%) e fumo (-22,7%). Os pesquisadores estimaram o impacto da estiagem na economia gaúcha. Considerando que a agropecuária do RS tivesse o mesmo índice de crescimento do Brasil, a estiagem foi responsável por 2,7% no cálculo do PIB. Isto é, caso não houvesse escassez de chuvas, o Estado teria caído 4,3% em 2020, bem próximo ao resultado nacional.

Outro ponto considerado pelos pesquisadores do PIB gaúcho é que o Rio Grande do Sul teve menos impacto do auxílio emergencial do Governo Federal, o que refletiu em algumas diferenças em setores de serviços. Os principais pontos positivos deste segmento foi o material de construção que cresceu 8,4%, seguido por hiper e supermercados (+5,9%) e artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos (+4%). Os setores com desempenho negativos foram combustíveis e lubrificantes (-9,4%), veículos automotores (-20,2%) e tecidos, vestuário e calçados (-28,8%). Em relação aos valores nominais, o PIB gaúcho somou em 2020. R$ 473,419 bilhões, o equivalente a 6,4% do PIB nacional. No Estado, o PIB per capita fechou o ano em R$ 41.449,67, que representa uma queda real de 7,4%.

O Secretário de Planejamento, Gestão e Governança, Cláudio Gastal iniciou a apresentação ressaltando que em 2021, os resultados da agricultura devem ser mais positivos, pois os impactos da estiagem devem ser menores, porém, avalia que a economia será muito impactada com as restrições em razão da pandemia do coronavírus, ainda que a cogestão será retomada a partir do dia 22 de março. O secretário revelou ainda que um auxílio emergencial gaúcho deve ser proposto pelo governador Eduardo Leite para atender àqueles setores mais impactados pela pandemia.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí