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Farsul estima produção superior a 40 milhões de toneladas em 2023 no RS

8 de dezembro de 2022

A Farsul, Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, estima um crescimento de 58,6% na produção de grãos em 2023. Isso significa um total superior a 40,8 milhões de toneladas. Em 2022, esse número foi de 25,7 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa na sede da entidade, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (08).

Em relação a área plantada, a projeção da Farsul é de ampliação de 4,5% no território gaúcho. Considerando apenas a Soja, o crescimento de produção projetado é de 126,7% na comparação com 2022, ou mais de 21,1 milhões de toneladas. Os dados consideram um cenário de clima favorável, diferente deste ano, em que o setor foi fortemente impactado pela estiagem. Caso se confirme os números da agropecuária gaúcha, o economista da Farsul, Antônio da Luz, projeta um Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho com crescimento de 5,86%, acima do Brasil, que deve ter a economia crescendo 0,73%, conforme os cálculos da entidade.

Contudo, a Farsul demonstra bastante preocupação com o cenário econômico do país em 2023. Segundo Antônio da Luz, a dúvida é sobre as medidas econômicas que serão seguidas pelo governo eleito. O economista da Farsul lembra que o primeiro mandato de Lula respeitou regras macroeconômicas como a âncora fiscal e o superávit primário. Contudo, Antônio da Luz destaca que no seu segundo mandato, o presidente eleito já alterou algumas diretrizes, que contribuíram para o cenário de crise no governo Dilma. A partir das discussões na transição, o economista da Farsul pondera que o novo governo Lula está parecendo mais o segundo mandato do que o primeiro, porém crê que a escolha do presidente eleito seja pela primeira opção. “Não importa se o governo é de direita ou esquerda. Qualquer um gasta com a sua agenda. Só não pode gastar mais do que arrecada”, afirmou Antônio da Luz.

O economista da Farsul alerta que o aumento de gastos do Governo, como o discutido na PEC da Transição, pode gerar aumento da inflação. Antônio da Luz ressalta que o orçamento herdado por Lula é superior a 5 trilhões e comenta se algo não poderia ser cortado para incluir os valores discutidos na PEC. O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, que também é vice-presidente da CNA, foi questionado se há tanta preocupação com o próximo governo porque não se aproximar para fazer esses alertas e defender um rumo diferente na economia. “Não há ninguém pra se conversar (na equipe econômica de transição). Estamos por prudência aguardando”, respondeu. Gedeão acrescentou que a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil não foi chamada para conversar, contudo ao ser questionado se conversaria, caso fosse chamado, o presidente disse que não tem ninguém na equipe para conversar no momento. Gedeão Pereira ainda afirmou que se tivesse algo positivo na equipe de transição, ele aplaudiria, como aplaudiu no primeiro mandato de Lula, no entanto, neste cenário atual, o presidente entende que não há nada positivo.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí