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“Imagina quanto racismo há nas periferias”, reflete vereador sobre Caso Vinícius JR.

23 de maio de 2023

O vereador Paulo Braga, presidente da Câmara de Ijuí, foi o entrevistado desta terça-feira, 23, no programa Rádio Ligado. Na oportunidade, o legislador falou sobre a última sessão realizada na noite de segunda-feira, 22, mas o que mais teve repercussão foi uma reflexão feita acerca da sequência de casos de racismo contra o jogador brasileiro Vinícius Jr. do Real Madrid. No último final de semana, em jogo válido pelo Campeonato Espanhol, novamente o atacante brasileiro foi atacado, no que é o 10º ato de injúria racial sofrida por ele em um curto espaço de tempo.

Tais circunstâncias geraram inúmeras manifestações em nível internacional. Diversos atletas e celebridades do mundo todo se posicionaram em pautas antirracistas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou providências da Fifa e da Liga Espanhola. No Rio de Janeiro o Cristo Redentor teve as luzes apagadas por uma hora durante a noite de ontem em solidariedade ao atleta. 

Para Paulo Braga o combate ao racismo tem que iniciar em casa e nas escolas, não sendo mais tolerável atitudes discriminatórias no contexto atual. “Se em um jogo de futebol, com uma pessoa conhecida acontece isso, imagina quanto racismo há nas periferias”, refletiu o vereador ijuiense. 

Conforme o vereador, antes de ter um papel de destaque na política regional e na representatividade negra em Ijuí, através da etnia afro, precisou conviver com constantes atos racistas. “Vale lembrar que conquistamos um espaço na nossa sociedade em que foi histórico. Nunca tivemos um vereador negro presidindo o legislativo”, destacou. 

Braga vai além: “Não me esqueço de uma cena. Quando trabalhava no Jornal da Manhã, entregando jornal, fui em uma padaria comprar um pastel. O meu dinheiro caiu do bolso e quando voltei para pegar não me deixaram. O empresário disse que eu queria roubar. Eu só fui entender que era racismo quando voltei para casa e a minha avó disse o que estava acontecendo”, lamentou. 

O vereador orienta as pessoas fazerem boletim de ocorrência. “Não podemos nos calar”, concluiu.