Uma moeda comum sul-americana poderá ser criada para transações comerciais e financeiras. O assunto foi abordado ontem, pelos presidentes do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Alberto Fernández, durante encontro, na Argentina. A sugestão é de nome “sur”, ou seja, sul, para a moeda. No entanto, essa eventual moeda comum não vai acabar com o real, o dinheiro brasileiro, e nem com o peso, a moeda argentina.
Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o economista e professor da Unijuí, Argemiro Brum, disse que a moeda serviria para negócios entre os países e substituiria o dólar nas transações a fim de reduzir custos. Porém, Argemiro Brum acredita que essa implementação, se ocorrer, deverá ser gradual e demorar cerca de 4 anos. Com isso, vai passar pelos próximos governos, por exemplo, na Argentina, que vai ter eleição presidencial neste ano.
O professor da Unijuí entende que a criação dessa moeda comum para negócios pode beneficiar muito mais a Argentina do que o Brasil, visto que o país vizinho sofre com problemas econômicos, inflação perto dos 100% ao ano e falta de crédito. Inclusive, ontem, o presidente Lula informou que para facilitar o comércio bilateral com a Argentina, o Brasil vai usar o Fundo de Garantia à Exportação para repassar linhas de crédito de bancos privados e públicos para que importadores argentinos comprem produtos brasileiros.
Esse tema também foi abordado por Argemiro Brum, nesta manhã na Progresso. Comentou que o Brasil tem interesse em exportar para a Argentina, principalmente produtos industrializados, pois apresenta dificuldade de ingressar em mercados mais industrializados.