Durante o evento Tá na Mesa, promovido pela Federasul em Porto Alegre nesta quarta-feira (24), a secretária de planejamento orçamento e gestão, Leany Lemos, anunciou que o PIB do Rio Grande do Sul será revelado nesta sexta-feira (26). A estimativa será apresentada a partir da análise da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. A secretária também afirmou que pretende reduzir o contrato com a Fipe, assinado pelo governador José Ivo Sartori. A entidade privada paulista foi contratada para produzir os principais indicadores gaúchos após a extinção da Fundação de Economia e Estatística. Com a medida, inédita no país, o IBGE deixou de repassar informações sigilosas para o governo do Estado, pois não permite que uma entidade privada tenha acesso aos dados. Leany ressaltou que os servidores da fundação que calculavam os indicadores foram absorvidos pela pasta e a intenção dela é de que as análise sejam feitas dentro da secretaria de planejamento.
Na palestra para empresários, a secretária do planejamento gaúcho apresentou dados sobre o perfil do servidor no Estado e destacou três desafios para a gestão. O número mais preocupante é o crescimento automático da folha salarial, que saltou de R$ 23,9 bilhões anuais em 2015 para R$ 29,2 bilhões em 2018, avanço superior a 1 bilhão em média por ano. Para conter o crescimento das despesas com pessoal, Leany prepara um projeto de reestruturação das carreiras dos servidores, que será encaminhado à Assembleia Legislativa, após a tramitação das matérias relacionadas às privatizações de estatais. Segundo a titular do planejamento, a folha não deve sofrer reduções, mas a medida deve desacelerar o aumento.
Outro ponto que chama a atenção é o número de servidores inativos na folha de pagamento do governo do Estado. Em 2005, a relação entre ativos e inativos era praticamente meio a meio. E desde 2014, aposentados e pensionistas do Estado saltaram de 54% para 59%, em 3 anos. “Para cada um ativo, o governo paga um inativo e meio”, destaca Leany Lemos. Atualmente são 132.861 vínculos ativos e 208.686 inativos. Quase 50% dos ativos possuem faixa etária superior a 46 anos. E quase um a cada quatro tem idade até 35 anos. Para o futuro, a secretária do planejamento tem como meta superar os desafios como demografia, que indicam um envelhecimento da população gaúcha, além de melhorar os índices gaúchos de capital humano, infraestrutura e competitividade.