Agricultores da região precisam colher cerca de 70 sacas de trigo para pagar custos

Queda no preço pago ao agricultor, alto custo de insumos e problemas climáticos já determinam prejuízos para produtores de trigo na atual safra. A previsão era de rendimento médio de 60 sacas por hectare em Ijuí e região. Porém, o excesso de chuva, granizo, calor e doenças reduzem essa tendência.

As primeiras lavouras colhidas, em Ijuí, produzem, no máximo, em torno de 50 sacas. Existem áreas com 25 sacas. Além disso, muitos grãos apresentam qualidade ruim, especialmente devido à giberela e brusone, doenças causadas pela umidade e calor.

Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o coordenador da Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Farsul, Hamilton Jardim, disse que se calcular também o valor dos financiamentos, o agricultor precisa colher cerca de 77 sacas de trigo por hectare para pagar os custos, ou seja, muito difícil. Para ele, é uma situação jamais vista.

Essa temática foi abordada hoje pela manhã durante a abertura oficial da colheita do cereal no Rio Grande do Sul, que aconteceu em Cruz Alta, durante a Fenatrigo que vai até domingo. Segundo Hamilton Jardim, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul quer que o governo federal disponibilize mais dinheiro para a garantia de preço mínimo do trigo ou desconto nos custeios. Além disso, comentou que o Brasil deveria ter uma política pública que garantisse o preço mínimo do cereal.

Jardim frisou que o governo ainda pode disponibilizar mais orçamento, pois a comercialização do trigo vai seguir até meados do próximo ano. Quando o agricultor plantou o trigo desta safra, o preço por saca pago estava entre 85 e 90 reais, mas agora caiu para 52 reais.