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Sartori justifica suspensão de procedimentos em hospitais do Estado: “alguns municípios são por questões políticas”

21 de novembro de 2018

O governador José Ivo Sartori foi o convidado do evento Tá na Mesa, promovido pela Federasul no centro histórico de Porto Alegre, nesta quarta-feira (21). O chefe do Executivo do Rio Grande do Sul palestrou para empresários, destacando o legado dos seus quatro anos a frente do Estado. Sartori também foi homenageado pela Federasul, com direito a placa pela sua gestão. Antes do evento, o governador conversou com a imprensa. Sobre os atrasos no repasse de recursos para a área da saúde, Sartori minimizou e afirmou que, em alguns municípios, a suspensão de procedimentos eletivos se dá por motivos políticos.

“Nós fizemos tudo o que foi possível desde o começo do governo. Nós recebemos o governo com perspectiva de 25,5 bilhões de reais de déficit ao fim de 2018. Vamos entregar o Estado com déficit aproximado de 8 bilhões. Negociamos com as prefeituras, com os hospitais filantrópicos. Chegamos a ter 3 meses de atraso, vamos reconhecer, porque não existe recurso. E inclusive a parte federal dos recursos para a área da saúde foram contingenciadas, estabeleceu-se um teto. Nós fizemos todo o possível para atender bem todos os municípios e hospitais na área do SUS. Nós inclusive fizemos repasses há pouco tempo, talvez não na quantidade e no valor necessário, mas naquilo que tinha disponível. Acho que uma questão que prejudica no geral, é que muitas ações judiciais por parte dos municípios abrangeram e não pode se fazer a distribuição de forma que pudesse atingir a todos. Então aqueles que ganharam na justiça, com certeza você tem que obedecer aquela decisão judicial e portanto foi feito”, explica. De acordo com Sartori, não há como quitar as dívidas com os municípios na área da saúde até o fim do ano, em razão do déficit permanente. Os atrasos nos pagamentos pelo Estado são os motivos pelos quais alguns municípios suspenderam por tempo indeterminado cirurgias e exames eletivos, mantendo apenas atendimentos em casos de urgência e emergência. É o caso de cidades como Canoas, Sapucaia do Sul e Montenegro, entre outras.

O governador ainda falou sobre o projeto de manutenção das alíquotas do ICMS, encaminhado a pedido do governador eleito Eduardo Leite para a Assembleia Legislativa. Limitou-se a dizer que a Assembleia vai decidir o que é melhor ou não, sem opinar. Questionado se iria aconselhar a bancada do MDB a votar a favor da proposta que mantém as taxas do imposto majoradas por 2 anos, Sartori desconversou: “Tive que dizer outro dia que conselho a gente dá de pai para filho. Gente grande a gente não dá conselho, inclusive a bancada do meu partido.”

EM DISCURSO, SARTORI RESSALTOU LEGADO EM QUATRO ÁREAS

Durante o painel, o governador fez um balanço de sua gestão, que se encerra em 31 de dezembro. O discurso dividiu o seu legado em quatro áreas: financeira, administrativa, social e política. Na primeira área, Sartori citou que o Estado enfrentou a maior crise econômica do país e destacou os avanços como a redução do déficit nas contas públicas, além da renegociação da dívida, com redução de juros. O governador também celebrou o maior combate a sonegação de impostos, que bateu recorde em 2017 com 3 bilhões de reais recuperados e ainda os mais de 9 bilhões em atração de investimentos; Na área administrativa, o legado, segundo o Sartori foi a modernização da gestão e redução no número de secretarias de 29 para 17 e a extinção de 9 fundações, uma companhia e uma autarquia. O governador ainda citou o avanço em plataformas digitais como o Facilita RS, o licenciamento ambiental e a junta digital online.

No legado social, o destaque foi para o investimento em escolas em tempo integral, que atendem 15 mil alunos em 109 instituições, aumento de 60 escolas em relação ao início da gestão e para os 6 novos centros da juventude, que atendem 5 mil jovens, sendo quatro em Porto Alegre, um em Viamão e um em Alvorada. Sartori também salientou a convocação de mais de 6 mil brigadianos concursados, incluindo os 2 mil chamados recentemente. Por fim, na área política, o governador ressaltou a transparência e coragem da gestão, que fez o que tinha que ser feito, enfrentando interesses e privilégios. Segundo Sartori, o legado deixado é de um governo mais organizado e que vai deixar um Estado melhor do que foi encontrado, com soluções encaminhadas. “Plantamos a boa semente”, concluiu.

Na parte final do evento, Sartori respondeu questionamentos da presidente da Federasul Simone Leite. Entre eles, o governador foi perguntado sobre o momento mais tenso em toda a gestão. “Foi na substituição da área de segurança”, respondeu. O fato aconteceu em setembro de 2016, quando Sartori nomeou o então prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, para a pasta de segurança pública. Ele entrou na vaga de Wantuir Jacini, que pediu exoneração após um caso de latrocínio em Porto Alegre, que revoltou os gaúchos. Dias antes, uma mulher foi assassinada na frente da filha, em frente à escola. Sartori relembrou que se sentiu um grande alívio ao anunciar Schirmer. “Logo depois, Simon me ligou e disse que eu reabilitei um cidadão pra vida pública”, revelou o atual governador.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí