Prefeito e primeira dama de Roca Sales relatam cenário de catástrofe devido às chuvas durante entrevista na RPI

Uma rede de solidariedade se forma no Rio Grande do Sul e até de outros Estados para ajudar os municípios atingidos pela enchentes no território gaúcho, especialmente a região do Vale do Taquari. Um dos municípios mais afetados é Roca Sales, que registra nove mortes e ainda tem entre 20 a 25 pessoas desaparecidas.

Hoje pela manhã, o prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, e a primeira dama, Cássia Fontana concederam entrevista na RPI. O relato repassado pelos dois é de um cenário de guerra. Amilton Fontana disse que não restou nada do comércio. Lojas, farmácias, mercados, inclusive as três agências bancárias, dentre outras áreas, foram destruídos. Prédios públicos também sofreram sérios danos, por exemplo, a Unidade Básica de Saúde, hospital e duas escolas infantis. Várias casas e demais imóveis foram totalmente perdidos. Veículos foram levados pela força da água. Postes e redes elétricas foram derrubados.

O prefeito de Roca Sales frisou que hoje a Defesa Civil vai abrir uma conta bancárias para que as pessoas possam fazer depósitos de dinheiro. Segundo ele, neste momento quem quiser ajudar o melhor é auxiliar com esses depósitos, pois o município já recebeu bastante donativos. Mesmo assim ainda é preciso de doações. A primeira dama solicita, especialmente, roupas de cama, também de uso pessoal, inclusive roupas íntimas, pois geralmente as comunidades não pensam nesse tipo de material. Cássia Fontana ainda solicitou doações de materiais de higiene e assemelhados, ou seja, de primeira necessidade.

Redes de farmácias, por exemplo, a São João, efetuam doações de medicamentos para Roca Sales. A Cruz Vermelha também presta auxílio. Cerca de 200 soldados do Exército estão no município para ajudar na limpeza da cidade. Roca Sales segue sem luz e água. Três locais da cidade abrigam as pessoas que perderam tudo, inclusive as residências.

A primeira dama, na mesma entrevista nesta manhã na Progresso, enfatizou que vários caminhões chegam a Roca Sales com doações de muitos locais, inclusive de outros Estados. Nessa manhã havia fila de três quilômetros de veículos no acesso à cidade para entregar donativos. Cássia Fontana informou que há famílias em que os prejuízos chegam a dois milhões de reais, por isso, no momento não é possível determinar o montante de pardas financeiras no município. O prefeito, ainda comentou que o primeiro foco foi socorrer pessoas e, agora, se parte para limpeza de ruas e demais locais, para seguir com outros serviços a fim de normalizar a vida em Roca Sales. Como ainda há desaparecidos, Amilton Fontana acredita que o número de mortes vai aumentar.

Fontana pediu que se desloquem para Roca Sales apenas pessoas que realizam doações ou para prestar outros auxílios, mas não curiosos para verificar a destruição, porque isso atrapalha. A tragédia em Roca Sales começou com as chuvas de segunda-feira e, no amanhecer de terça-feira, o pior ocorreu, quando as águas do rio Taquari invadiram com muita força a cidade.

Roca Sales fica num local mais baixo que os municípios de Muçum e Santa Teresa, por isso, desceu muita água e com força do rio Taquari. Muçum, outro município do Vale do Taquari, bastante atingido pela enchente, teve muita destruição e registrou 14 mortes. No total, 37 pessoas morreram no Rio Grande do Sul vítimas do ciclone extratropical.